Uma das coisas mais estranhas que senti pós maternidade: passei alguns meses sem gargalhar. Achava graça das coisas, mas parece que o cérebro tava num modo full de emoções e a risada não vinha.
Além disso eu tenho uma sensação de que avalio menos. Não sei muito o motivo, ainda não consegui analisar a fundo – porque não consigo mais fazer isso tão de imediato: me parece que as minhas percepções e avaliações – que antes eram infinitas – passam por menos etapas, fluem em menos variáveis e acabam mais práticas e (talvez) menos profundas.
Ainda na época da barrigona eu percebi uma conexão maior com o aqui-agora. Perdi a ansiedade que tava sempre dentro de mim, comecei a aceitar a ordem e a hora das coisas.
Tenho a impressão de que praticamente todos os meus pitis de 1 ano pra cá foram causados pelos hormônios puerperais. Não sou tão chata, não sou tão exigente, não sou tão doida quanto pareci nesses momentos. Ou me nego a perceber que sou. haha.
Todos os dias eu tenho instantes de gratidão pela vida que tenho. Todos os dias eu tenho uma novidade pra aprender com Luiza. Eu nunca me imaginei tão envolvida com o mundo prático, sem racionalizar cada passo dado, e mesmo assim tenho um caminhão de planos pra minha família e pra mim.
Meus medos são os mesmos, mas me desgastam por muito menos tempo, pois tenho gastado meus minutos sendo feliz com as escolhas que fiz e as conseqüências trazidas pelos meus passos. Pequenos passos, dados um de cada vez. Sem pressa.
Na prática os projetos são mais lentos, meu raciocínio é menos aleatório e a vida tá ficando mais leve – embora eu me sinta menos inteligente. Mas é que agora não é hora de brilhar intelectualmente. É hora de ser prática e eficiente. E de ser mamãe.