My days insist on being hard, but compared to what they used to be, I can only be grateful. It’s a piece of cake. Sometimes it’s hard to keep my eyes open, to think straight, or it’s hard to lift one of my arms. It’s much worse not to love oneself, and damn, how hard it is to understand how to love oneself.
With those I love, my days are not easy, but affection makes everything shine. Some days are more beautiful, some are so difficult that the beauty disappears, regardless of being surrounded by love.
I feel good most of the time, and most of the time I’m doing things to keep myself well. Sometimes all I want is silence, but I’ve learned that my chatty mind will chatter, so I occupy it with a story, with a song, a list, or with a text (like this one).
Partnerships are transforming, and as we transition, now and then a little ache comes, and there it will stay… until it’s no longer there.
I’ve been feeling lonely; it’s hard to sleep. It’s hard to love from afar; it’s hard to sustain balance with such a distant love. It’s very hard to understand that what is not nourished dies. So the hardest thing is to understand the whys.
Even though I believe that love is action, that feelings pass, that thoughts change, that movement and intention drive everything… I still find myself immersed in privilege and gratitude, feeling an urge to tear my tears out.
Longing is love that isn’t there. And if love is action, how could it be there?
At least we know that difficult isn’t bad… it’s just difficult
Era uma terça de manhã, me vi com a inspiração e um planejamento de um futuro pra mim, que converge diretamente num futuro pra outras. Eu escrevi:
Eu sei que posso, e confio que vou retomar a energia.
Essa firmeza aí eu sei bem de onde veio, e sei também quando foi que ela sumiu. De firmeza em firmeza dei um pulo na realidade e a desvirtuei. Meus textos estão aqui pra provar que eu me baseio muito nas facetas do que é a verdade. E eu tenho escrito o suficiente pra saber que, quando meus pensamentos se embolam, a escrita desembola. Se aguardo um dia, dá pra enxugar o que era fruto do que era a realidade no momento, e quase sempre já não é.
O pêndulo vai pra um lado tanto quanto pro outro. Se no fim da manhã do dia 3 eu tava tão certa do meu processo, no inicio da manhã do dia 5 era o exato oposto, à medida que o tempo passa eu vou percebendo mais e mais coisas passando por mim, e eu me influenciando e me afetando por elas. {E não se afetar não é exatamente uma escolha quando se é um vazio}
Entre a importância de reconhecer e nomear um sintoma e a necessidade de olhar e agradecer pra/por tudo mais que há no universo, fui caminhando e esperando “bater no fundo”. Dali em diante a única alternativa é subir. Será?
Não né, gente. Não. Eu bati em diversos fundos. Melhorei várias coisas, pra outras não cheguei a olhar até que elas estivessem diretamente limitando meu dia a dia. E depois das últimas semanas terem sambado na minha cara linda, fui colecionando medinhos e medões que foram eliminando os pensamentos bons.
O medo é uma dessas energias pesadonas, uma coleção de medos pode nos tirar do nosso caminho e nos afastar do nosso propósito, ou simplesmente do que pode dar certo.
Corta pra mami Civi ali, uma semana antes da firmeza, falando pra pequenina “medo é uma coisa que a gente sente quando não sabe o que vai acontecer, que pode ser bom ou ruim”. E, honestamente, no mundo do jeito que tá, como não ter medo?
Tenho com clareza três desses momentos nos quais me dou conta de que minha condição geral estava, na verdade, pior do que antes. E, com tanto rezo, tanto choro e tanta viagem interdimensional, vi em um dos meus sonhos algo que me remeteu à certeza que tive há um tempinho atrás, de que nada pode ser prioridade que não a nossa saúde. Mas até aqui, se não olharmos pro lado de dentro, se não nos analisamos {seja como for}, se não tratarmos nossa alma com o afago que ela merece – o que pra mim é espiritual e divino – a saúde não engata. E por fim, eu percebi que nenhuma das minhas tentativas de sair do buraco teria saído do plano das idéias, ou do meio das cobertas da minha cama, se não fosse pelo amor que sinto pelos meus e pelo amor que recebo de volta.
Logo, tá dada a tríade: a saúde, a fé e o amor. E que juntos driblem o medo e me tragam de volta a calma. E que eu continue sendo capaz de sonhar quando há trégua.
Com esse job-hobby que é meu blog, me resolvo com uma necessidade que tenho – em tratamento – de me justificar. Não sei ao certo o porquê da justificativa, mas acredito que possa estar próximo do sórdido segredo do ego, sempre tentando agradar, impressionar, sobressair… Mas a minha própria lógica se quebra com meu comportamento: Primeiramente, ora, se eu gosto de pensar que por trás de todas as ações existem histórias que não me são visíveis – e com isso não me sinto afetada com facilidade – , logo, se eu contar as histórias por trás das minhas ações, então minha existência não criará percalços. {ou, resumindo, não ofenderei ninguém da mesma forma que não me sinto atacada por ninguém}. Em segundo, eu aprendi há muito tomar responsabilidade pelas minhas reações. Pois então porque não consigo deixar de me preocupar com reações dos outros? Tá vendo a inconsistência, gatas?
Por viver surfando entre cadeias de raciocínio, consigo quase sempre justificar *qualquer coisa* com argumentos legitimamente criados por uma mente inquieta. Portanto, se registro o processo do que sou, feito por mim, estaria talvez criando um suporte à minha integridade moral? Visto que no meu caso, há grandes chances de provir de um movimento de ‘legítima defesa’ por ter debandado pra tão longe dos que convivi. Tenho cometido o grande crime de ser quem sou, e sinceramente, nem pra ovelha negra eu sirvo… Minha nossa senhora de Tróia, faça essa gentileza, se você também tem tamanha capacidade de duvidar de si mesmo e descredibilizar o que é seu em prol de agradar seja quem for me manda uma DM, tá muito errado e a gente VAI SAIR DESSA JUNTES! :D
{Eu não tenho estômago pra tal ‘literatura’, porém meu bom senso me permite duvidar até a última vírgula de alguém que narra o que terceiros fizeram ou pensaram baseados com detalhes da intenção por trás de cada ato. Saber de si mesmo já é um trabalho do cão, imagina ser detentor da memória consciência de todos os seus terríveis inimigos? Santo devaneio, dentre todos os diagnósticos ainda prefiro o meu}
Vivi na provincianíssima Belo Horizonte até os 14 anos e me mudei pra pretensiosíssima Brasília em seguida, e com isso tive a oportunidade de olhar de pertinho o joio do sudeste brasileiro e o trigo da miscelânea do centro. E foi subvertendo o tradicional e recriando meus conceitos, que encontrei em Berlim um lar dessa ovelha negra cinza-claro. A liberdade que sinto em me expressar aqui é também uma consequência da migração. Ser de lá e coexistir aqui com tudo o que há, me dá a certeza de que conceitos, de modo geral, não são universais. A flexibilização dos mesmos são incalculáveis, e a linha entre o certo e o errado está – no momento – no respeito à vida e liberdade do *outro*. {O outro, aquele que o facismo, o fundamentalismo e o olavismo demonizam, podem ser melhor do que o melhor que você possa imaginar dentro do seu universo de compreensão. Tá entendendo? Para quem tem ambos os genitores saindo de Carmo do Paranaíba (onde o agro é uma espécie de semideus e a religião tem pouquíssimas e mínimas dissidências) chega a ser uma mudança gravitacional}
Pouco a pouco eu ganho confiança própria e vou abrindo as asas que vão minimizando cadeias entre mais cadeias de questionamentos e dando lugar à ideias. Agora é torcer pro corpo seguir essa alminha e voltar a ter energia pra produzir a revolução um novo ofício. Vem comigo?
Sobre credibilidade, verdade da alma e autocuidado
Qual a responsabilidade que tenho com o que escrevo? Porque escrevo sobre mim sob o rótulo de auto ficção, registrando fielmente a alma da minha percepção, enquanto circulam por aí os maiores absurdos, ornamentados com exclamações vermelhas que são tomados como reais? Escrevo palavras da alma que colho como forma de auto cuidado, publico como um meio de validação e mantenho com esperança de conexão. Mas e quando a autora tende a se descredibilizar?
Autores com qualquer nota que lhes dê presuncão de autoridade, ou por qualquer questão étnica, etária, acadêmica ou monetária podem ter mais notoriedade mesmo sem a menor credibilidade. Mas se algo se repete por milhares de vezes vira “verdade” – vide ‘mamadeira de piroca’. Pelas minhas pesquisas e, infelizmente, por vivência, alguns motivos pelo qual um autor pode não ter credibilidade, com ou sem intenção: falta de método, seguir uma linha obsoleta ou fazer uso de recortes aleatórios pra construir uma narrativa fantasiosa – o último podendo ser causado por mau caratismo ou quadros psiquiátricos. Sad but true.
Eu como mulher, com experiência prática e autodidática infinitamente maior do que acadêmica, com tendências subversivas e diagnóstico neurológico psiquiátrico {e quem não tem deve não estar prestando atencão!} passei a ter dificuldade com a minha própria escrita. É aquele esquema: como qualquer outra forma de texto, o meu blog tem o meu viés, minha agenda. Faco exatamente um exercício de organizar o que vem de dentro da cachola, então porque diabos eu tenho que me esforcar pra me despir desse vira lata?
{enquanto isso lado a anticiência tem renomes e batendo em teclas vazias e quando menos se espera minha hermana posta um trecho do 0l4vo dando dados fantasiosos pra inferiorizar *qualquer-pessoa-que-não-seja-o-interlocutor/espectador*. O horror da comunicóloga em camadas sádicas}
Retomei esse blog depois de um longo bloqueio criativo, que começou com um burnout e terminou com uma inegável necessidade. Eu precisei me expressar, colocar em frente aos meus olhos {com cautela, curiosidade, responsabilidade e afeto} quais eram os sentimentos que meus pensamentos escondiam. O que existia no meu peito por debaixo daquela vergonha – em 2020! – flutuando na minha cabeça? Inadequada, errada, derrotada? Não parece minha história quando tento um olhar geral, então porque o sentimento?
Meus textos só começaram a reaparecer quando aceitei que não é possível saber ao certo o que nos leva a nos encontrar e nos divergir das pessoas que passam pelo nosso caminho, e que a grande sacada é estar a par da própria verdade. As consequentes relacoes são secundárias. O que pode ser possível e passível é trabalhar o que nos aproxima nós mesmos, da nossa autenticidade. E, no meu caso, o grande catalisador da busca por mim {pra me conhecer, acolher e amar} foi ter me perdido por completo na maternidade. Eu estava conhecendo a miúda e querendo dar pra essa filha maneiríssima uma mãe inteira – que até então eu mal sabia quem era. Dá um medo surreal olhar pro breu do lado de dentro da gente, mas é cada vez mais pacífico e gratificante.
Não me busquei pela escrita, mas encontrei muito de mim nas sequências de palavras. Escrevo o que percebo, da forma caótica que vejo, com as analogias que crio e os enigmas que minha mente traz; o processo me encanta e diverte. {sonoridade, ritmo, poesia, correlações e confusões}. Traduzo de dentro pra fora e dali pra ponta dos dedos. Às vezes flui, às vezes vira um quebra-cabeça. Deus me livre escrever o que não quis dizer – e assim me permito 2, 4, 20 revisões, e depois assumir que ficou obsoleto. Afinal de contas, a grande armadilha de se estar do lado certo da história é saber que os facistas pensam o mesmo, e a ciência se desenvolve deixando nossas atuais verdades pra trás.
A crise existencial aqui se tornou tão comum que ficou pequena o suficiente pra não me fazer tropeçar. É uma cutucadinha da angústia de existir no meio do dia, um rodopio de um vazio frio no meio do peito que se expande de uma forma desinpactante e me tira do corpo por dois, três segundos. Os segundos parecem minutos, mas o resíduo que permanece dentro das dependências físicas do corpo se mantém firmes em seja-qual-for a atividade e acaba ganhando esse cabo de guerra.
A sensação é de que nos primeiros anos da vida o que fiz foi nadar nadar nadar e {morrer na praia} chegar numa ilha de realidade paralela em que ao invés da areia temos uma geleca muito brilhante e escorregadia. Todos os tombos fenomenais que tomei no decorrer da história me muniram de jogo de cintura e traquejo pra evitar quedas similares, o que seria de grande serventia se o chão me fosse familiar.
Tava lá, num desconforto normativo. Estudei, casei, tava atrás de correr atrás do meu, meus amigos e eu estávamos ali curtindo aquela bolha divertida e insatisfeita quando fui inundada pela inadequação da maternidade {num mundo onde aprendi a relacionar minha dignidade} à produtividade {no sentido capitalistão da palavra} tipicamente masculina. Depois fui caçar sarna pra me coçar na Europa, fui chefe de europeu e, por fim, quando tudo ainda estava bem complexo, me separei conscientemente de um casamento bom.
Pronto. Agora é só atravessar esse inferno aqui.
Só que na travessia eu adoeci. E hoje, gente, qualquer uma dessas fases, dessas versões, desses papéis que vivi até aqui me parecem causos sobre um personagem simpático. Não no sentido de falta de autenticidade, mas simplesmente por não me reconhecer. Não me entendam mal {se é que realmente tento me fazer entender} eu pus minha energia honesta, criteriosa e corajosa em cada um dos meus passos, e minha gratidão pelos resultados é a única coisa que faz aquele urso ir brincar em outro quintal.
Honestamente, com tanta coisa que sinto e que tento perceber – única e exclusivamente devido a uma rasteira de um víru que me fez cair de cara no asfalto- comecei a repetir muito a frase “eu não estava prestando atenção”, porque realmente me faltava o acesso a camadas da minha pele pra dentro. Minha existência era a relação com os outros e com o mundo. Nunca me esqueço quando do mais fundo do poço eu li na rede de imagens ‘você prioriza muitas coisas até perder a saúde’. Indeed.
Há um ano eu fui internada {pela terceira vez naquele ano, pois tive pressa de resolver isso e voltar a secar esse gelo} para investigar doenças auto imunes e reumatológicas, porém tive lá um dos ataques de enxaqueca mais horrorosos da história e alguns ataques de xenofobia que deram quase tanto quanto. Sobre os exames não houve nenhuma conclusão. Naquele fim de semana eu saquei durante uma rotina da manhã qual era a base do problema que não me deixava enxergar com clareza há 8 meses. Sozinha, em casa, em estado meditativo. {Ah, a presunção da autoridade…}
Depois disso eu não consegui mais trabalhar… tentei, talvez uns 5 dias, não funcionava. Pra fins comparativos, De fevereiro pra cá tenho menos sintomas e mais leves, e o máximo que já consegui lidar com um computador na minha frente deve ter somado aproximadamente 10 horas por semana. No ano passado eu passei meses sem olhar pra tela… Mas a única coisa que me fez largar o osso do trabalho foi não ser capaz de ler por conta do problema na visão. Eu vinha trabalhando já há 6 meses com dores crônicas e constantes faltas com atestado médico, mas me habituei desde a infecção do covid a checar as coisas duas vezes. No fim eu mais checava do que produzia, e constantemente eu tinha uma sensação de não conseguir resolver um problema num dia quando no outro a resposta aparecia fluido e naturalmente.
Persisti em algo que claramente está blindado por uma resistência, que não parte da situação, mas do próprio corpo. O corpo pede, mas o tempo urge, o corpo insiste, tempo é dinheiro, o corpo grita, é preciso entregar, o corpo para e só resta… cuidar do corpo.
Mais dificil do que fim de relacionamento, dor de dente, mudar de continente, dieta de carboidrato na Itália… a Pausa. Estou há dois anos aceitando a desaceleração e ainda não concebi o conceito do descanso, não entendo como passo meus dias focada em encontrar a pausa, descansar, relaxar e minha agenda tá cheia de coisa.
{E a milenial geriátrica aqui continua no limbo entre os bem aventurados e os desapegados, sem lugar num mundo saturado, onde olho por olho e dente por dente é poesia}
Eu adoraria, meus amigos, dar um fechamento a esse texto, como sempre procuro fazer. Mas a realidade é que as ultimas duas semanas me deram rasteiras e estou aqui tentando observar o progresso apesar dos transtornos. A realidade é que, no momento, mais me parece que os tombos naquela ilha sem areia se tornaram ainda mais frequentes, porém caio com alguma graciosidade e sem medo de perder a vida, seja ela qual for.
Only those who are dealing with chronic illness would understand
the pain {besides the pain} of having your worst nightmare underneath your skin
Relief comes covered in fear
Only those facing invisible illness might recognize the loneliness of being misunderstood
{they come along with the physical discomfort piled up with social disappointment}
Three steps forward, three steps back
Cheers to Tempo - not the time, not the weather, nor the rhythm;
The beauty of a word converging
my least favorite capitalist appropriation
the the muse of my motion
and the motion, devotion
It went all wrong and {maybe therefore} everything is right
Cintia Vinhal, almost 40yo, Luiza’s mom, Communication and Process specialist. Since 2,5 years with symptoms that led to a new meaning of life with an incredible self awareness and gratitude for the others – silver lining since 1983.
Uma colega da clínica hoje me viu com espasmos no rosto, mãos e dificuldade de locomoção. Quando melhorei ela veio me perguntar sobre os sintomas, frequência e a quanto tempo tenho lidado com isso. Enquanto explicava ela disse que “não aguentaria perder o controle do corpo assim”. Eu mencionei que ficou mais fácil quando passei a tratar os ataques como uma visita desagradável, que chegou mas vai embora.
Sempre fui muito habituada a racionalizações e suposições extremas, enfeitando meu dia a dia com explicações complexas pras menores das atitudes – me abrindo um leque de aleatoriedades, piadas e outras tantas pequenas maravilhas da minha cabecita neurodivergente. Era a razão do meu sucesso profissional, do meu humor e 85% da auto estima.
Em algum momento desse processo de adoecimento eu percebi que quando recorria ao raciocínio não encontrava nada, ou muito pouco. A primeira reação era que precisava me esforçar mais {resíduos de meritocracia ?}, porém as crises de enxaqueca não me davam trégua, e na teoria eu deveria descansar pra evitá-las. A mente tagarela se conteve nesse momento a me julgar {desorganizada! Burra! Esquecida! Distraída!}
Em alguns meses eu fui aceitando e parei de tentar entender, memorizar, lembrar. Comecei a observar tanto as crises de dor e enxurrada de pensamentos quanto os esquecimentos e vazios, sempre tentando evitar juízo de valor. Daí veio uma tristeza {incapaz, deficiente, errada, decepção}
Fui aprendendo na marra a mandar embora o auto julgamento, dar lugar ao acolhimento {é o que tá teno, hoje foi o que deu, vai passar também} e redirecionar meu pensamento pro *agora* – ainda que este tenha lá suas abas musicais e simulações, que pelo menos se aproximam um pouco mais do presente momento.
{Houve uma época que nem o modo de redirecionamento eu achava nos ficheiros do HD interno da minha mente – daí comecei a deixar por escrito – embora nunca soube onde anotei nada}
A medida que a capacidade mental foi melhorando e de tanto treinar – no nível hard sem energia – quando me dei conta eu já tinha automatizado esse mecanismo de aterramento. E nada mais libertador do que aprender que as coisas são o que elas são, e que os pensamentos, por mais elaborados que sejam, são só pensamentos.
Observar as coisas sendo o que são é uma excelente forma de me poupar energia. E essa capacidade de produção massiva de suposições e cenários há de ter seu espaço cativo nas atividades profissionais, com ferramentas que os moldem de maneira conveniente e, oxalá, lucrativa.
Meu pensamento era um destaque descompassado na alegoria, saindo do ritmo, do tom e se projetando em diferentes universos. De tanto saracotear tomou um tombo e apagou, e só aí consegui perceber outros personagens vitais que me fazem quem sou.
Senhor pensamento está em regime semi aberto e, apesar dos piripaques neuromusculares, passamos bem.
Capitulo 8 – aviso de gatilho: pensamentos suicidas
Diagnósticos, diagnósticos. O que é pesonalidade e o que é síndrome? Qual seria o limite entre a doença-tem-que-tratar e a norma?
Na verdade vivemos hoje num tempo onde o diagnóstico é a norma – salvo engano {Deus me livre de ter certeza} ouvi isso de um Psicanalista do qual admiro muito o trabalho, Henrique Vicentini. Quando tive a chance de me apresentar pra ele e um grupo de estudos e mencionei que vinha colecionando diagnósticos desde a infecção da COVID-19 em 2020.
(Houve um tempo que eu achava que ter TDAH era sinal dos tempos. Muita informação, essa internet dando acesso ao tudo e ao máximo das inexistências, procriando pseudiciência e exaurindo o ser humano com o mínimo de pensamento crítico, nos aproximando superficialmente, aumentando as distâncias e diminuindo a auto estima sem regular humildade… Perai, fui longe demais.)
Minhas lembranças de infância são muito específicas e tem muito mais observações dos meus pensamentos do que do ambiente em si. Eu tinha uma necessidade de não errar, então era mais facil ser low profile. O inicio da minha adolescência foi pesado, me lembro de situações muito constrangedoras causadas pelo meu hábito de não me atentar ao que se passava no meu entorno, e fazer coisas sem perceber, tentar ajustar/corrigir e depois tentar suprimir o erro mudando a perspectiva. Daí descobri que podia ser engraçada.
Enquanto minha irmã dizia que eu era “diferentinha” e minha mãe se ofendia mandando ela não falar assim de mim, me tornei uma excelente profissional, {modéstia a parte} pois ajustar, corrigir, mudar a perspectiva é sucesso no Business.
Outobro de 2020, dias antes do teste positivo
{Aliás, boa parte dos meus sintomas eu transformei em diferenciais, com os devidos métodos (mecanismos de defesa?). Daí chegou a gripezinha, anos depois conhecida por matar sinapses.}
Após vivenciar um declive constante na minha saúde por cerca de 20 meses eu mal conseguia ter consciência do que eu era/sou. Passei o verão de 2022 em Berlim com o mínimo de energia, sem entender boa parte do que se passava ao meu redor, exausta e sem capacidade de interpretação ou analítica. A minha terapeuta, na ocasião, me perguntava se eu conseguia meditar, e eu tinha dificuldade de explicar pra ela como não conseguia pensar. O pouco que acontecia na minha cabeça estava na ordem da urgência.
Fevereiro de 2022 – no hospital avaliando danos das inúmeras crises de enxaqueca
O famigerado fundo do poço: eu entendi que precisava baixar a pressão e a resistência, mas assim acabei encontrando escuridão (o urso). O último episódio depressivo que tive antes da Covid me deixava a grosso modo em dois estados: gritando ou dormindo. Dessa vez, porém, com a fadiga, eu estava quase sempre dormindo, sempre confusa e não me via capaz de assumir nenhuma responsabilidade. Tive dias em que não conseguia sair de casa, com medo de entrar em colapso. Passava dias sentindo uma tristeza profunda, outros dias não sentia coisa alguma. Foi mais ou menos aí que eu comecei a pesquisar sobre suicídio assistido, e com pouca pesquisa achei melhor conversar com meu médico.
Long story short – eu mudei a perspectiva, mantive os tratamentos alopáticos, aumentamos a dosagem do que foi preciso, e procurei uma amiga querida que é uma deusa da Ayurveda antes de precisar mergulhar em mais remédios. Nos primeiros dias de dieta e massagens eu fiquei três dias sem crises da enxaqueca e as coisas foram mudando. {Manter o movimento, confiar no processo, o que será será, e as coisas são o que são, quando devem ser}
A partir daí fui sentindo diferenças mínimas que aumentavam passinho por passinho minha qualidade de vida. Em setembro de 2022, eu fiz uma viagem que foi bem menos difícil do que outra que fiz em julho – quando me senti “o morto muito louco”. Daí em outubro eu percebi que passei mais tempo de pé do que deitada (esse foi meu grande e celebrado avanço), porém as crises ainda estavam na faixa de 20 dias por mês, o que me permitiu começar o tratamento pra enxaqueca com anticorpos monoclonais pelo plano de saúde.
Julho de 2022 – não se enganem, eu tava bem pior que na foto anterior – é invisível
No início de novembro tomei a primeira injeção deste tratamento, e a partir daí a minha saúde passou a fazer avanços menos sutis. Fui capaz de buscar ajuda psicológica e emocional, falar ao telefone, elaborar um cronograma (que ainda não foi executado, mas oxalá, jajá será), fazer planos que me trariam alguma sede de vida {miaguarde Brasil!}. Passei a fazer algumas caminhadas, já que os esportes que me agradam mesmo eu ainda não consigo fazer.
Na sequência, entre um baque e outro (fui demitida, falaremos sobre), que fui até a Clínica-Dia do ladicasa tentar entender se eles poderiam me ajudar. Coloquei meu nome numa lista de espera e me ligaram em Janeiro. Fiz uma reunião que foi um tipo de triagem pra ver se meu caso era algo que encaixaria no programa da clínica. Eles trabalham com questões psicossomáticas e psiquiátricas e o veredicto foi que SIM, eles poderiam me ajudar.
Entrei em Fevereiro com previsão de um tratamento de 8 semanas. Na segunda semana era ‘dia de Visita’ e pra minha surpresa era a junta médica e os terapeutas sentados em semi círculo pra conversar com o paciente, um por um, sobre o seu caso. Eu entrei naquela sala e senti acolhimento – depois descobri que vários colegas se sentem intimidados e detestam, eu amei. Contei um pouco da minha história e das minhas frustrações, falei sobre a incapacidade que a enxaqueca me causava e explicava que só consegui chegar ali depois de 1 ano e 5 meses – quando 5 tratamentos alopáticos ineficazes foram testatos e toda uma vida adaptada… e na sexta tentativa finalmente consegui alguma autonomia.
{Um beijinho no ombro aqui porque a médica chefe disse que meu alemão era surpreendentemente bom e me disse que eles me ajudariam a voltar pro mercado quando for o momento certo}
Foi nessa clinica, que eu tive o diagnóstico do TDAH positivo e tomamos juntos a decisão de iniciar a medicação. Com três dias de medicação eu entrei no mercado e fiz a compra mais fácil e rápida da vida. Cheguei no caixa e fui olhar a lista, eu tinha pegado tudo. Eu fiquei confusa porque… gente, não é possível! até outro dia eu tava com dificuldade de lembrar dois itens ou escrevia sete itens sendo que dois eram o mesmo, sem perceber. E, pasmem, na segunda semana da medicação eu fiquei *cinco dias* sem ataques – pela primeira vez desde 2021. Ajustamos um outro detalhe e {boom! do nada} eu tive um dia inteiro bastante ativo, sem dor, consegui me livrar de um monte de papel que eu vinha carregando sem entender o que fazer com eles – e dei mais risada do que os seis primeiros meses do ano passado.
Não pensem que eu parei de me perder em uma atividade que na verdade eu enfiei no meio de uma outra, que passei a ter noção do tempo, que minhas palavras ditas têm acurácia e se mantém no idioma pertencente ao momento. Ou que consigo comecar a fazer o almoço e terminar com a receita que era a intenção quando comecei. Não estou tentando tirar meu charme resolver enfiar o funcionamento do meu cérebro na normatividade, e não tem que ser. A questão aqui, no momento, é voltar a ter autonomia depois de uma fase que, além de não ter a noção do tempo eu tinha dificuldade em ler o relógio, assimilar informações básicas ou me lembrar qual era o assunto do qual eu ativamente estava falando após um gole de água ou um latido do cachorro.
A gripezinha, amigos… Ela fez meu sistema nervoso entrar em colapso. E meu cérebro, que já era familiarizado com a enxaqueca, se manteve no ritmo de descarga necessário. A trégua de 5 dias ainda não se repetiu, mas entre o vazio e a(s) tristeza(s) eu venho tendo momentos leves e me familiarizo novamente com meus pensamentos. Às vezes parece que minha cabeça foi lentamente, no curso de um ano pifando mas retomou a atividade no instante que recebeu a ajuda que precisava.
Há um ano eu estava exausta em Kiel, comecando a escrever esse diário, e postei no Instagram que o grande tesouro da vida é a paciência. Ainda preciso esperançar muito… espero que com a dádiva dos últimos avanços façam a espera mais leve e tranquila.
Vejam bem migs, eu ando sedenta de acolhimento e amor. Me dá a mão aqui, tenta me entender:
É muito difícil, cruel e complicado notar que, por mais que eu tenha melhorado, ainda estou longe de me aproximar do status que já tive. Passei a ser impostora de mim – tendo a convicção que não sou capaz do que já fui. E na priorização de papéis {esses emaranhados de expectativas que te condecoram como o ser que esperam que você seja} – entendi que (surprise surprise) o que me aterra é a maternidade, tal qual a vivo {cheia de questões, inseguranças, dificuldades, traumas e orgulho}. E enquanto me cuido, foco em cuidar da pequena quando ela está comigo.
E trabalho? Atualmente, além do urso (ver posts anteriores), tenho uma deficiência na visão. Comecei a perceber uma perda de visão periférica em maio de 2021, em outubro do mesmo ano eu comecei a notar grandes espaços sem foco e “ondas” com cores, principalmente em superficies claras. Dali em diante eu tenho dias melhores e piores, mas no geral a sensação de ‘strobo’ leve é constante – a não ser que eu use o óculo$ pra fotofobia que comprei com a vaquinha do meu aniversário. Bem, isso me permite sentar em frente à tela do computador por uns minutos diários, mas não me dá nenhum respaldo pra retomar uma carreira no mundo business com computador na cara 8h por dia.
Pois bem… na última segunda-feira conheci um espaço onde eu terei acompanhamento profissional no decorrer das próximas semanas com o objetivo de voltar pros trilhos. Uma das pessoas que conheci nesta clinica me perguntou sobre meu por enquanto trabalho e me lembrei que tive um burn out em 2018. Quando ela me pediu pra especificar eu fui me lembrando de detalhes e, de repente, um resquício da memória de um período de 2-3 meses, quando convivi com uma pessoa horrível me causou um horror tremendo.
Minha boca secou, eu comecei a gaguejar, esqueci as palavras que queria usar e só me veio a angústia de me sentir desrespeitada e apagada em diversos níveis. {Isso, sem o menor exageto, é sintoma de trauma…} em seguida me lembrei que, quando essa pessoa saiu, deixou uma infinidade de erros que eu passei muitos meses corrigindo e lidando com coisas que foram perdas irreparáveis pro projeto pro qual eu trabalhava. Eu me perguntei porque permaneci lá, mas dessa vez foi difícil me convencer que, com todas as situações grotescas que me lembrei naquele par de segundos, permanecer foi a decisão correta.
Nunca fui de chorar o leite derramado. Na época desses episódios eu consegui outras propostas de emprego e, quando acordei com meu empregador que ficaria, não olhei mais pra trás. Nesse momento da vida, porém, eu estou me permitindo 1- dizer que eu faria diferente e 2- me sentir triste pelas decepções que a vida me trouxe. Meu otimismo sempre me levou a olhar o lado bom das coisas e ser grata pelo lugar para onde meus passos me trouxeram, no entanto quero me certificar que a persistência não me bloqueie e que eu saiba viver o luto e seguir em frente – deixando pra trás o que não preciso mais.
Manter o movimento na verdade nunca foi um problema. Não me lembro de parar pra nada, nem por nada. Não tinha consciência do que é descansar até uns poucos meses atrás, quando meu corpo pifou. E agora no meio de mil provas cabais que estou exausta por motivos plausíveis, eu aceitei parar. E, não, eu ainda não consegui.
Mas só por aceitar parar eu sinto vergonha e medo. Medo de não ser respeitada, de ser julgada e de ter saúde o suficiente pra retomar atividades. Vergonha por ter falhado, por não estar confortável de pé , por ter espasmos faciais e usar óculos escuros à noite. E, quando consigo me divertir, eu mesma trato de me julgar e condenar, pois podia ter usado minha energia pra produzir seja-o-que-for. Os sentimentos vem, eu os dispenso, tentando criar no meu sistema nervoso outro tipo de resposta ao focar na recuperação do meu corpo.
O que me resta é colocar isso em frases, publicar, distribuir e aguardar; esperando que tenhamos mais consciência que nossas necessidades são na verdade imposicoes capitalistas insustentáveis que eu possa inspirar, validar e/ou receber o carinho de alguém. O fato de eu não ter mais dor 24/7 me traz um alivio que se assemelha à esperança. Mas o ânimo é raro, a energia me falta e se eu pensar muito tenho vontade de chorar, por cansaço e medo do que {sabe-se lá o que} há por vir.
Que o novo tratamento melhore tudo mais um bocado e todas as conexões que criarmos nesse meio tempo façam a jornada menos dolorida. E que eu consiga me manter inspirada pelo amor que recebo, da minha pequena e de quem me apoia <3
Nunca amei o Natal. Como cristã questionadora eu mudei pra cá ligadona na celebração do solstício e das tradições herdadas do norte, então aceitei quando vim que o Natal faria mais sentido. O que mais amo, porém, como bruxa tradicionalista é criar meu próprios rituais cheios de detalhes familiares dando sentido pra mim às coisas.
Assim como carregamos as nozes e o pinheiro cheio de neve pros trópicos eu resolvi trazer pra ceia na Europa o pão de queijo com pernil (aqui adaptado com qualquer carne de porco). Eu já estive em Berlim por pelo menos 4 Natais e a cada ano a ceia mineira tá ficando mais elaborada. Esse ano teve tutu de feijão.
Eu não tenho nenhuma lembrança de natal que fosse fácil e tranquilo. Os dias que antecediam o Natal me davam a possibilidade de encontrar primos e amigos em Minas Gerais. Como tanto meu pai quanto minha mãe são da mesma cidade, eu e a minha irmã atendíamos a ceia na casa da nossa bisavó e depois íamos pra família do meu pai, onde tinha festa e bebedeira até tarde. Já adolescentes ainda íamos pro terceiro turno na discoteca da cidade. Eu gostava do agito, mas o Natal mesmo nunca me encantou.
Natal de 2009 em MG com a saudosa Catarina
Teve também uma vez, salvo engano em 2002, que passei as festas com a família de um ex namorado em Campinas. E ali, meus amigos, foi a primeira vez que eu percebi, reparei e provei uma rabanada. Achei super estranho que não tinha tutu, senti falta de verdade. Foi uma experiência bem interessante, ver como famílias (menos intensas?) celebram o Natal. Tenho doces lembranças de toda a viagem, em especial o fato de que fomos umas 15 pessoas assistir Star Wars no cinema e todos amaram o filme, mas a Cintia e o vovô dormiram :} haha. Acho que passar o primeiro natal longe dos pais, e no meu caso também longe da bisavó, tem um efeito parecido com a criança que começa a dormir na casa dos amigos e ver como são as dinâmicas familiares do lado de fora da porta de casa. Depois temos aquela fase de convivência obsessiva com os amigos na adolescência e de certa forma chegamos a ‘substituir’ a família original por uma mais alinhada com nossas idéias – talvez menos assustadora ou punitivista? Quem nunca apelidou ou elogiou alguma amiga com título de “mãe” e teve irmãos fictícios no círculo social? Santa crise, que saudade.
Por falar em Saudade, há 5 anos eu estava no Brasil às vésperas do Natal e encontrei uma amiga muito querida que vinha passando por diversas mudanças e ressignificações na vida. Sandra sempre foi gentil, inteligente, generosa e me buscou na casa dos pais do meu então marido para passarmos uma tarde juntas. O filho dela estava em vias de se mudar para Berlim e eu já estava animada em tê-los no meu círculo de família escolhida. Dois dias depois liguei na noite de natal para agradecer pelo encontro e desejar boas festas, seu marido atendeu à ligação e me informou que Sandra tinha falecido horas antes. Seu filho infelizmente não veio para Berlim, e Sandra não me visitou como planejamos, porém um colar que ela me presenteou na ocasião de uma outra visita eu guardo no meu altar.
Ano passado estive com minha família no Natal, a bisa não está mais fisicamente aqui desde 2016. Minha saúde estava descendo a ladeira de cara no chão, e eu achando que aquele quadro não tinha como piorar, sabia de nada, inocente. A alegria e entusiasmo da família piorava a dor de uma crise forte e me deixava atordoada. A noite em si foi difícil, mas o almocinho do dia 25 foi delicioso, em todos os seus sentidos.
Venho considerando o meu atual estado – essa lenta recuperação concomitante à busca de tratamento – algo como um renascimento, dos tantos que vivi até agora. Um deles foi definitivamente determinado pela morte-vida que se cruzaram naquele momento tão natural; uma mulher se torna mãe e tenta equilibrar, com a nova rotina prática, a desengonçada seleção e adaptação dos minúsculos pedaços que resultam daquele debulhar de criação, cria, criadores e o Criador, mais o que se criou e o que será que será. O caos resultou numa migração pra um país onde não tínhamos vínculos – o que pode ser considerado um novo renascimento, mas pode também ser apenas uma fase da fase em que aprendo a ser mãe de Luizoca – em andamento ad eternum.
Nessa reinvenção de mim o instinto considerou a saudade do tutu, o apreço pela própria cultura, a vontade de me gabar pela capacidade de fazer pão de queijo com a chancela de ser mineira de nascida (quando quem protagonizava o debulhar era minha mãe), a necessidade de celebrar a vida / honrar a morte e a vontade de receber gente linda em casa. O natal vai pouco a pouco tomando forma, sempre com amigos que aqui se tornaram uma família com quem tenho grande afinidade, não sei se pelos traumas de migração ou especificidades que nos trouxeram pra mesma cidade desse planeta :)
Até as 13:00 do dia 24.12.2022 ainda não tinha me batido banzo mas fui dormir com o peito apertado quando as pessoas foram embora, feliz e triste. Saudade constante por aqui ultimamente só da minha mama e de quando eu tinha ousadas ambições na vida. Aceitei que não há vida nem Natal sem saudade, e a saudade é uma benção composta de amor que nos dá suporte pra continuar indo adiante, na velocidade que for.
Feliz Natal à todos! (dia 26 porque na Alemanha celebrar dia 24 é queimar a largada, mas hoje ainda é Natal)
E que 2023 seja ao lado da família escolhida, original ou não, presencial ou não.