O paradoxo da escolha

Quando era criança eu gostava de matemática e de português. Quando me mudei pra Brasília aos 14 anos, vi na mudança uma possibilidade de aumentar minhas chances de trocar dos dedos de prosa com qualquer pessoa que eu quisesse, sem medo de julgamentos. Como explicar isso? Vi no carinho dos colegas que se despediram em BH, um incentivo pra explorar melhor o meu “eu”, e desde então eu as vezes me pego a cuidar da minha imagem – ironicamente pra ser o mais autêntica e despretensiosa possível.

Aos poucos fui me desvencilhando do que me era esperado, e talvez tenha tomado decisões não tão corretas, prezando pelo meu apreço à contradição. Os professores no terceiro ano não acreditavam que uma aluna com tanta facilidade lógica e matemática iria rumar pra comunicação. Apesar de ter questionado essa decisão algumas vezes ainda acho que meu raciocínio sistematizado é um diferencial na minha área de atuação. Aos 30 anos eu me vejo tão assertiva quanto aos 20, mas agora com uma certeza nítida de que não sou dona da verdade e preciso aprender e analisar antes de apostar em algo. Menos teimosia, mais humildade.

Ha 6 meses eu estava desempregada, tentando me acertar comigo mesma, medindo qual seria o melhor caminho a ser tomado. Ha 10 dias me despedi novamente de um emprego fixo, mas dessa vez com o maior de todos os ânimos, uma necessidade absurda em dispersar energia e a certeza de estar no lugar certo, na hora certa, com consciência e integridade (física e mental) que tornam meus próximos passos promissores sejam estes quais forem.

Quando se tem boas a opções, a escolha é baseada no que estamos perdendo. Neste caso, me sinto abençoada por saber que todas as vias à minha frente estão repletas de luz – e que toda a luz é projetada pela minha percepção, que nunca foi tão otimista!

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=D

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