Vocabulário 2

Luiza começou a chamar a Margot de “Mambô”. Procura a Mambô embaixo do bloco e pela casa, falando “Dê?” com as palminhas das mãos pra cima, em gesto de questionamento.

Fomos pra São Paulo comemorar o aniversário da uouó – e ela amou todas as vezes que cantamos parabéns. Lá o priminho tem um puf em forma de bola de futebol, e como ela chamava este objeto? Mambó. Passa-se uma semana e eu digo pra ela “filha, olha ali uMA-BÓla. Ela repete na mesma hora “Mambóoo”, e resolvo o mistério; é uma bola, gente. Quando é pra falar só “bola” ela diz “bó”.

Ainda em SP, abri a mala e ela percebeu que ali estava o Golias, um elefantinho que toca músicas de ninar com quem Luiza dorme desde 1 mês de idade. A alegria em ver o amigo foi tanta que ela vibrou: “Lili! Lili! Lili!” pegou o bonequinho, deu um beijo e um abraço tão apertado que precisou até fechar os olhos – ela costuma dar esses abraços no bom-dia. No dia seguinte ela fez um upgrade de fonemas quando a vó chamou pelo seu nome, e repetiu diversas vezes o “Luí”.

Ainda nos Ls, Luiza chama o pintinho amareLInho e a gaLInha pintadinha de Li. Mas o pintinho ela chama apontando o dedinho indicador pra palma da mão, em referência à coreografia da música, que desconfio que seja a preferida dela. Quando ela vê que eu troquei de brinco ela aponta e diz Linn’a. As árvores também são lindas. Curiosidade: Luiza faz carinho nas folhas e destrói as flores arrancando pétala por pétala, as vezes colocando os pedacinhos no próprio cabelo, ou no meu.

Alguns dos seus brinquedos favoritos são: Nuná (Luna), Liss (Golias), Tatá (Patati), Píipi (Frida) e a Lulu (Coruja). Recentemente ela aprendeu a pedir ajuda (dudu?) quando se vê em alguma enrascada. O colo ela pede “ném, ném, ném, ném” agarrada às minhas pernas e dando saltinhos que acompanham o ritmo das sílabas, repetitivas como um alarme de incêndio. Já mencionei que ela me parece muito decidida?

As frutas são: lalá (laranja), tatá (abacate), mamão (mamão), mamão (limão), mamão (morango) e mamão (maçã). Mas ela gosta mesmo é de pum (pão), têj (queijo) e iogurte (tutu). Hoje de manhã eu dei um pedaço do meu pão pra ela e saí de perto, ela veio atrás de mim e disse “mais pum”, eu tenho vontade de rir até explodir!

Os fonemas vão se multiplicando, e não consigo acompanhar todos os significados por enquanto. Me controlo pra não corrigir, nem repetir, nem desfalecer de tanto rir, e assim deixá-la no curso natural do aprendizado, com a fofura extrema que acompanha o processo.

Luiiiii

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Vocabulário 1

Comecei esse post algumas vezes. Cada vez que começo eu penso que não me lembrei de tudo e acabo desistindo pra fazer novamente num momento mais tranquilo. Mas tempo não pára, tampouco a pequena. Começo, portanto, um post que pode – ou não – ter sequência.

1 ano e 4 meses aqui. A comunicação cada dia mais afiada, ainda longe de sair do ~bebenhês~.

Há 3 semanas, quando ela via algo que queria comer ou beber, ela dizia “má”. Em uma semana passou a dizer “mai”. Agora fala um “maishh”, firme e cheio de certeza. E não é só pra comer. Seja pra guagua (água) ou pra pupu (pula-pula), ela sabe muito bem o que quer e sabe que estamos a entendendo.

Há um tempo ela aprendeu a apontar e dizer “esss” (esse). Eu, as vezes apressada e levemente nervosa respondia “esse qual, Luiza?”. Resultado, já faz algum tempo que ela não fala “essss” mais. Ela aponta pro que quer dizendo “qual?”. E o qual cada vez mais perfeitinho. Agora eu voltei atrás, respondo “qual, Luiza? Esse ou esse?”, mas ela ainda responde “na-não” ou “qual”.

Luiza fez um ano chamando o papai de “mamãe”. Era fofíssimo vê-la dizer “bô, mamãi” quando ele saía. Agora ela fala “papai”. E o termo serve tanto para designar o papai quanto sapatos, chapéus (qualquer item de por na cabeça) ou a Pepa Pig. Ela vê minha touca de hidratação e sorri dizendo “papai mamãi”. Sim, é o chapéu da mamãe. Papai papai podem ser os sapatos do papai.

“Uouô” é outro coringa. Serve pra alô, vovó ou vovô. Ela fala muitos uouô com o telefone na orelha, mas ultimamente termina com bê-tau (beijo tchau).

Semana passada ela olhava pra mim dizendo “nonô”. Eu não fazia idéia do que poderia ser nonô, mas era um pedido firme, apontando, gesticulando. Eu desviava a atenção, levemente frustrada. Essa semana ficou claro: Nonô é ela pedindo pra assistir desenho. Nonô, simples assim.

Cacá é o macaco. Lulu é a coruja. Uauá o cachorro. Quaqua é o Pato. Cocó são os pombos (?). Nhamm é um “miau”, mas serve pra gato, tigre, onça, o felino que for. Menos o leão. Recentemente eu percebi que ela fala Pechhhh quando vê um peixe nos livrinhos. Mas o que me intriga é que todos os elefantes que ela reconhece são agraciados por um tom de comemoração: “tutu!!”

uma roupinha japonesa com cinto de "tutu"
uma roupinha japonesa com cinto de “tutu”

(continua…)

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OFF

Sétima noite pós batida de carro, minha resiliência tentando ressurgir das cinzas, a energia dando pico em hora errada e a ruminação zoando meu padrão de sono. Pra quem tá tentando recuperar tranquilidade, centramento e discernimento sem alterar muito a base da rotina eu tô ótima…

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