No dia do atentado em Berlim estávamos voltando de um supermercado quando soubemos do episódio. Rapidamente entrei no Facebook e vi algumas pessoas que já tinham feito contato preocupados com a gente, mas vi também uma ferramenta fofa pra você se marcar “a salvo”, e assim o fiz. Aos poucos, todo mundo que tenho contato aqui foi fazendo o mesmo.
O local dessa tragédia é a uma estacao da que estive naquela tarde pra ir pro curso de alemão. Dá pra ver um lugar a partir do outro. É bem perto de casa, mas nâo é na minha esquina. E nós só passamos por lá uma única vez, ainda de férias, no verão.
Surgiu na minha cabeça aquela sensação de estar com o perigo por perto, mas eu resgatei a segurança que sinto diariamente caminhando pelas ruas por aqui – coisa eu evitava fazer desde que me mudei pra Brasília em 1998, quando soube de um assassinato de um garoto na quadra vizinha à luz do dia.
Passado o susto, passada a sensação de terror e a lembrança de que há muitas outras vítimas inocentes ao redor do mundo, comecei a fazer orações pelas almas e seus familiares. E, além disso, fui contemplada com a sensação de gratidão. Pela minha vida, pela saúde da minha família, pelo livre arbítrio e por todas as decisões que nos trouxeram até aqui. E, principalmente, pelo entendimento do privilégio que é poder estar onde estamos e tentar fazer algo bonito com isso.
2016 ainda não acabou… tem sido um ano desafiador. Em 2017 que tenhamos sabedoria, empatia, amor e humildade em doses cavalares. E que não nos deixemos rotular, generalizar, odiar ou desistir.
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Sejamos fortes.
Paz.