Passei uma semana super inconstante. Nada de TPM, nada de enxaqueca. Apenas uma dificuldade de fazer o que não fosse estritamente essencial. Entre carnaval e o resto da semana, praticamente me limitei a arrumar a casa, visitar a mamãe no hospital e trabalhar muito. E cada hora me pareceu pesada. E o cansaço aparecia antes e maior do que o padrão.
Depois de 3 dias focada na reposição da minha energia – com exercícios, estudos e muito descanso – aqui estou num raro estado insone. Preocupações das mais diversas condensadas numa noite de domingo/segunda: os elefantes do circo, gatos e cachorros abandonados, machismo, as contas a pagar, minha alimentação, o desconforto da minha cachorrinha que está no cio, estratégias pro trabalho, e tudo isso coroado pelo som de um vazamento de água saindo do meu banheiro – que me remete ao texto que li recentemente sobre a criação do hábito das garrafinhas de água e a quantidade de lixo que estamos produzindo… Imaginou?
Yeah. Não tem fim.
Esses pensamentos cíclicos já foram basicamente a forma que meu cérebro trabalhava. Conheço bem esse funcionamento, e nessa hora uma série de comportamentos malucos tomam conta de mim. Levantei, arrumei o sofá, coloquei os telefones e controles paralelos uns aos outros, guardei o que estava sobrando e empilhei as almofadas, endireitei as cadeiras e resolvi escrever pra redirecionar o bolo.
Que me lembra outra história….
Com 19 anos eu tive uma crise depressiva e, sem saber do que se tratava, fui a um médico que em menos de 5 minutos me “diagnosticou” e me passou uma série de textos pra ler e remédios da moda. Por muito tempo sofri com essa questão, sem entender o que sentia nem o que estava acontecendo. Entrei e saí de tratamentos diversos e boa parte das minhas lembranças dessa fase são turvas.
Foi quando, meio que por acaso, comecei a investir em auto conhecimento, por meio de textos e terapias das mais diversas. Quase 10 anos depois do inicio dessa jornada, vejo que o doutor maluquinho que me mandou aprender sobre TOC não estava de todo errado. Minhas ansiedades se escondem num comportamento obsessivo, que hoje consigo facilmente identificar e usar a meu favor.
Voltando ao presente: são 2:00 da manhã e eu estou presa num mundo infinito de intenções. Solução imediata: listas (thanks, Evernote!) pra mensurar o que é meu, mentalizar estratégias e dar vazão. Segundo passo: intensificar as atividades aeróbicas essa semana pra suar a maluquice e, no devido tempo, eliminar os itens da lista.
No fim vou perceber que os motivos que transitam pela mente nesse momento, pouco ou nada tem a ver com a fonte da ansiedade – o que me faz pensar 50 vezes antes de empurrar a frustração na família e nos amigos. E mais uma vez terei uma boa dose de aprendizado sobre meu corpo, meus limites e mais ferramentas pra otimizar a forma doida que eu funciono.
O que sei desde já é que: também vai passar :)
Dica: http://youtu.be/V0gquwUQ-b0
Vale cada segundo.