Tesoura

Das doçuras da vida:
Luiza ganhou da tia Rejane há pouco mais de um ano uma “tesoura” num jogo de massinha de modelar; amarela, minúscula e toda de plástico, perfeita pro propósito.
Aqui estamos, 3 anos e 4 meses de esperteza com as palavrinhas, uma ótima coordenação motora e a inocência do tamanho dum bonde.
Toda vez – toda vez mesmo – que eu mencionava que precisava de uma tesoura pra cortar algo, fosse um fio, uma corda, tecido ou papel, ela instantaneamente me dizia:
— com a minha amarela?
O tempo foi passando e eu passei a responder que aquela não dava, porque ela é de massinha. Hoje ela pediu pra tirar esse (gancho) prateado das cabeças da Swoops e da Mimi, eu disse que dava pra cortar com a tesoura.
— pode ser minha tesoura amarela de massinha?

A frase aumenta, a fofura permanece.

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Manhei

Luiza há uma semana começou a usar um verbo novo, o MANHAR.

Filha, pega essa sacola pra mim? “Você tá manhando essa mamãe?”, “eu manho que vou de patinete”, “você manha que eu posso fazer isso? eu manho que não”, “mamãe, você manha que papai tá chegando?”.

Foram 3 dias de eu manho, você manha, está manhando até eu entender que ela traduziu o verbo meinen do alemão. Pra quem entende inglês, é parecido com o verbo to mean.

Agora alguém me avisa se é certo morrer de orgulho de um trem errado desse tanto?

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Perolinhas

3 anos e 3 meses. Uma metralhadora de conceitos emaranhados no que ela ouve por aí. Muito “certo e errado” e um perfilzinho analítico e detalhista querendo argumentar.

…….

Depois do banho perguntei se Luiza queria ficar mais uns minutinhos brincando na banheira. Quantos?
– Dez!
Saí, voltei, conversei com ela, fui na cozinha, voltei, falei com ela de novo, e de repente voltei sem falar nada e ela faz uma cara seríssima:
– Não passou dez ainda!! Eu tava contando!!
– Ah, tudo bem, devo ter me distraído. Quantos minutos faltam, filha?
– Vinte!
…………………………

– Filha, quer ver o Pinocchio antes de dormir?
– Sim! A Tanis da minha Kita fala Quinóquio. Ela fala errado, Pinocchio não é com Q, é com P!
– Que fofa!
– É mamãe, ela fala errado. Quinóquio. É errado.
– É porque ela é pequena, filha. Quando você era pequenininha e chamava o elefante de Tutu não era errado, era só seu jeito de falar. Você tava aprendendo ainda.
– Mas mamãe, Quinóquio é errado – gesticulando muito.
– Você acha, filha? E Pelevisão?
– Pelevisão é certo!

…………………………

— Mamãe, o que é isso branco aqui no seu cabelo?
— Isso é meu cabelo mesmo, são os cabelos brancos que você me deu.
— eu acho que eu não te dei não, eu acho que eles estavam aí mesmo.
…………………………

Botando pijama na miúda e conversando sobre as coisas que ela não precisa fazer:
— você já é craque, filha. A mamãe foi aprender essas coisas grande já. Sabe quando?
— hum? (Olhar muito interessado)
— com quase 30 anos.
— Trinta mamãe? Igual minutos?

*Dessa vez eu gargalhei*

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Uooooouooooouoooo

A Luiza não apenas fala umas coisas divertidas, como também tem toda uma linguagem corporal engraçadíssima que eu não consigo registrar nem 1% em vídeo.

Nos atentemos a categoria de quedas forçadas.

Ela era bebê de quase um ano, aprendendo a andar. Quando caía ela deitava no chão como se tivesse o feito de propósito. Às vezes ela nem caía, era só uma desequilibrada, mas ela dava uma exagerada e forjava uma queda pra, por fim, ficar deitada no chão admirando o teto.

Agora, com quase 3 anos, ela tá com uma brincadeira onde começa a se equilibrar num pé só enquanto balança os braços e fala “uoooouoooouooouoooouooo” até ~cair.

A queda forjada tem as mais diversas consequências. Às vezes ela atravessa a casa nesse uooouooouooou – acho que pra escolher onde vai cair – e as vezes ela cai rapidinho mas continua falando “ouch, ouch ouch” enquanto rola pela casa. Quando pára, ela geralmente pede socorro:
– mamãe, eu caí aqui embaixo dessa cortina!! – com uma expressão facial digna dos momentos mais dramáticos de uma novela mexicana.

Hoje de madrugada, eu estava dormindo e acordei com um breve “ooouoou, ouch!” e uma aterrissagem perfeita com a cabecinha no meu ombro. Só não gargalhei porque o meu sono estava pesadíssimo, demorei a processar o ocorrido.

E foi assim que essa noite recebeu o prêmio da melhor invasão de cama dos últimos 2 anos 10 meses, deixando pra trás todos os “eu quero [dormir] na [cama] grande” e suas variantes.

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Férias, semana 3

Luiza de férias, papai no curso e eu deixo ela na TV enquanto arrumo umas coisas. Tô terminando e falo alto e firme:
– Filha, terminando esse desenho você vai tomar banho e escovar os dentes. Combinado?
– …
– Luiza, tá me ouvindo? Depois desse desenho você vai tomar banho.
– (zumbi)…
– Luiza, tá me ouvindo? Depois desse desenho você vai tomar banho,viu?
–…
– Filha, vou desligar a TV pra você me ouvir…
– …
– (chegando perto da TV) vamos desligar pra gente conversar…
– NÃO!
– Luiza, mas você me ouviu?
– uhum!! (Com sorriso sapeca)
– ah, ok. Depois desse desenho você vai tomar o que?
– (super feliz) tomar caféeeeee!!!

Contando os dias pro fim das férias.

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Tava botando o tênis da pequena, percebi um nó e dei uma reclamada: “putz, esse aqui tem um nó”. Ela:
– um nós?
– não, filha, um nó.
– um nossa?
(Eu compenetrada tentando desfazer o bendito – um nó.
– um “noch”? – (significa “ainda” em alemão).
– hahahaha, não, filha, um nózinho.

Luiza, a sabidinha de 2 anos e 9 meses, sendo apresentada, sob pressa contra-produtiva, ao conceito de nó ❤

#luizileaks

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