Capítulo 10
Era uma terça de manhã, me vi com a inspiração e um planejamento de um futuro pra mim, que converge diretamente num futuro pra outras. Eu escrevi:
Eu sei que posso, e confio que vou retomar a energia.
Essa firmeza aí eu sei bem de onde veio, e sei também quando foi que ela sumiu. De firmeza em firmeza dei um pulo na realidade e a desvirtuei. Meus textos estão aqui pra provar que eu me baseio muito nas facetas do que é a verdade. E eu tenho escrito o suficiente pra saber que, quando meus pensamentos se embolam, a escrita desembola. Se aguardo um dia, dá pra enxugar o que era fruto do que era a realidade no momento, e quase sempre já não é.
O pêndulo vai pra um lado tanto quanto pro outro. Se no fim da manhã do dia 3 eu tava tão certa do meu processo, no inicio da manhã do dia 5 era o exato oposto, à medida que o tempo passa eu vou percebendo mais e mais coisas passando por mim, e eu me influenciando e me afetando por elas. {E não se afetar não é exatamente uma escolha quando se é um vazio}
Entre a importância de reconhecer e nomear um sintoma e a necessidade de olhar e agradecer pra/por tudo mais que há no universo, fui caminhando e esperando “bater no fundo”. Dali em diante a única alternativa é subir. Será?
Não né, gente. Não. Eu bati em diversos fundos. Melhorei várias coisas, pra outras não cheguei a olhar até que elas estivessem diretamente limitando meu dia a dia. E depois das últimas semanas terem sambado na minha cara linda, fui colecionando medinhos e medões que foram eliminando os pensamentos bons.
O medo é uma dessas energias pesadonas, uma coleção de medos pode nos tirar do nosso caminho e nos afastar do nosso propósito, ou simplesmente do que pode dar certo.
Corta pra mami Civi ali, uma semana antes da firmeza, falando pra pequenina “medo é uma coisa que a gente sente quando não sabe o que vai acontecer, que pode ser bom ou ruim”. E, honestamente, no mundo do jeito que tá, como não ter medo?
Tenho com clareza três desses momentos nos quais me dou conta de que minha condição geral estava, na verdade, pior do que antes. E, com tanto rezo, tanto choro e tanta viagem interdimensional, vi em um dos meus sonhos algo que me remeteu à certeza que tive há um tempinho atrás, de que nada pode ser prioridade que não a nossa saúde. Mas até aqui, se não olharmos pro lado de dentro, se não nos analisamos {seja como for}, se não tratarmos nossa alma com o afago que ela merece – o que pra mim é espiritual e divino – a saúde não engata. E por fim, eu percebi que nenhuma das minhas tentativas de sair do buraco teria saído do plano das idéias, ou do meio das cobertas da minha cama, se não fosse pelo amor que sinto pelos meus e pelo amor que recebo de volta.
Logo, tá dada a tríade: a saúde, a fé e o amor. E que juntos driblem o medo e me tragam de volta a calma. E que eu continue sendo capaz de sonhar quando há trégua.