Ontem foi um dia comum. Todo dia comum tem seus highlights. Uma coisiquinha ou outra especial.
Eu ontem almocei com mamãe, conversamos um monte de coisas, passeamos no shopping, reclamamos e demos risada. Mamãe me enche de inspiração e irritação. Não entendo muito como a relação de mãe e filha pode ser tão linda e tão dúbia. Morro de amores e admiração por ela, mas quando estamos juntas eu me irrito com seu jeito estabanado, com a falta de ordem que as coisas tem na cabeça dela. Só que na verdade é pelo excesso de ordem que as coisas tem na minha cabeça. Depois eu sofro um pouco pela minha rispidez.
Daí a noite resolvi assar o tender que eu esqueci de assar no Ano Novo. Marido e pequenina me buscaram no trabalho, vovô ligou por acidente no meu facetalk do Facebook pelo celular. Vi ele, minha tia, minha avó e mostrei a pequena. Fatalidades fofas da vida.
A noite, tender assando, pão de queijo pra rechear, amigos visitando e o Fred ainda me traz uma mostarda sensacional que compôs muito bem o ~menu~. Daí colocamos o disco do papai no som, e Luiza começa a dançar, cantar, fazer performance. Fui dormir mais tarde me derretendo de orgulho, e pensando no quanto esses pequenos seres mudam nossas vidas.
Luiza não é meu mundo, mas meu mundo agora é por ela, pra ela. Ela me faz repensar minhas atitudes em cada passo. O mundo que ela está conhecendo é diferente demais do mundo que eu conheci quando criança, e eu hei de ser capaz de mostrar pra ela o quanto isso pode ser bom. Luiza: dona de seu narizinho arrebitado since birth.
Nos últimos dias tenho sentido um acalento no coração, uma reaproximação da paz e um cheirinho de encantamento. E o abobamento de estar mais uma vez acreditando na beleza da renovação trazida pelo ano que começa.